quinta-feira, 16 de abril de 2009

Opala: 17 anos fora de produção.

Em homenagem aos 17 anos da retirada de produção de uma das maiores paixões brasileiras quando se fala em automóvel, escrevi este texto:

"Com um anúncio profético, a General Motors do Brasil lançou o Opala considerando-o como “O carro certo”.
Após quase 24 anos em produção, graças a um necessário, porém mal-planejado plano de reabertura às importações, a produção do Opala foi descontinuada.
Para muitos, encerrava-se aí uma carreira de sucesso. Para a Chevrolet, o mercado, com essa atitude, deixou de ter um produto não tão rentável. Para a maioria, a atitude marcou de vez o ingresso na história de um dos maiores mitos automotivos nacionais.
De maneira nenhuma, podemos afirmar que o Chevrolet Opala morreu. Alguns exemplares se perderam no tempo, mas acabaram dando vida a outros tantos que por aí circulam. O Opala tornou-se, desde então, um ídolo, fonte de renda de uns, objeto de paixão de outros. Não raro, percebemos afirmações como “Está pra surgir um carro melhor”. Em suas diversas variantes, é impossível salientar a que mais se destacou. Todas tiveram seu espaço, para o jovem, para o pai de família, para o executivo e até para órgãos públicos.
Tornou-se tema de diversas publicações especializadas, alvo de debates por todo o país e objeto de culto inclusive no exterior.
Em toda a história, poucos modelos salientaram-se por representar tão bem o perfil do proprietário, de maneira fiel. Atualmente, ninguém tem mais Opala por ser o mais adequado apenas ao bolso. Dificilmente, ao optar por um Opala, buscam-se argumentos racionais, pois se trata de um carro que sempre ofereceu emoção como item de série. Zé Rodrix, por sua vez, cantou “... é no silêncio de um Chevrolet/ que meu coração bate mais alto...”, surgindo assim um lema para os milhares de apaixonados.
O Opala não morreu, e embora possa soar clichê, ele vive dentro do coração de cada brasileiro. Sua presença física ainda se faz constante-em número não tão grande quanto o desejado-e sua alma vai perdurar entre nós enquanto houver civilização. Mais que um carro, tornou-se uma religião a ser seguida. E o imenso número de aficcionados jamais se calará.
É a voz de um carro que jamais teve substituto para muitos de nós. É a voz que sintetiza as exigências de uma sociedade que por mais de 20 anos desfrutou do melhor. É a voz de quem sabe o valor de um passado bem vivido, e o preserva para as gerações futuras.
Os 17 anos fora das linhas de produção são simbólicos. O Opala é um mito eterno, sua chama jamais vai se apagar. E redijo este texto convicto que estou sendo muito mais profético que a GMB, naquele final de 1968."


Fernando Pavani

2 comentários:

  1. Muito bom o texto cara, sou lá da comunidade "Espírito dos Opalas", quando der, dá uma passada no meu blog também.

    http://eusoucapixaba.blogspot.com

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